Até que ponto essa ação pode influenciar a vida dos filhos?
Por Rayza Kamke
Foto: Google Imagens
Nos dias de hoje o verbo “separar”, quando usado em relacionamentos, se tornou tão
banal gerando irrelevância sobre a reação na vida das crianças que estão
envolvidas e tiveram seus laços familiares cortados. No momento de uma
separação conjugal a preocupação geralmente se volta principalmente para o casal
que passa pelo conflito do momento. Os filhos, fruto do relacionamento, na
maioria das vezes ficam em segundo plano e são as vítimas mais assíduas durante
e depois do processo de separação.
Psicólogos afirmam que a idade da criança influencia sobre
sua reação e seu modo de lidar com a situação, a convivência com amigos que
estejam passando pela mesma situação pode ajudar a criança a aceitar a sua
condição de vida naquele momento. Mas mesmo nos casos em que a separação seja a
melhor opção, as crianças não sabem distinguir os motivos que levaram a isso, e,
muitas vezes, podem se sentir o motivo
principal do acontecimento. Lidar com crianças nessa situação é sempre difícil,
e exige paciência e principalmente respeito, deixar que a criança se expresse é
extremamente importante. De acordo com a psicopedagoga Márcia Campos Teixeira,
não existe uma forma ideal para preparar a criança.
— A separação dos pais é marcada por um período novo e
desconhecido pela criança, podendo causar vários transtornos e angústias. A
notícia deve ser passada de forma segura e tranquila, na qual os pais devem
demonstrar carinho e amor pela criança. Cabe aos pais enfatizar sempre que a
atenção dada ao filho não mudará, independentemente da divisão da guarda do
mesmo. A maturidade emocional dos pais é extremamente importante nesse momento,
disse Márcia.
Quanto a reação dos filhos, é sempre importante levar em
conta a faixa etária da criança. Especialistas confirmam que até recém-nascidos
sentem o clima de desarmonia entre o casal. Os sintomas mais comuns nas
crianças relacionadas a esse delicado momento familiar são: insônia,
comportamentos irritadiços, mudanças no apetite, desânimo, redução de
interesses por brincadeiras e atividades rotineiras. Já com a idade maior, a
criança pode apresentar comportamento agressivo, verbal ou físico. Crianças que
ficam apáticas a este tipo de situação têm maior probabilidade a sofrerem as
consequências no futuro com insegurança ou até mesmo problemas em
relacionamentos amorosos na adolescência ou na fase adulta.
A separação é um período difícil tanto para os pais quanto
para as crianças, e, em alguns casos, pode ser marcada por agressões e ofensas.
A psicopedagoga Márcia afirma: “A aceitação deve ser vivida tantos pelos pais
quanto pela criança, mas principalmente pelas figuras paternas e maternas. A
forma com que os pais lidam com a separação influencia no comportamento e
aceitação do filho. Através do diálogo os pais podem possibilitar que as
crianças expressem os seus sentimentos. É importante observar suas brincadeiras
e o seu relacionamento com amigos e irmãos, que correspondem a um fator
fundamental de expressão. Caso haja dificuldade de expressão, é essencial que os pais encaminhem a criança a
um profissional especializado, para que encontre espaço para se pronunciar”.
Esse momento delicado deve ser encarado com responsabilidade. O respeito,
diálogo e o carinho são extremamente importantes, e pode até mesmo ser encarado
como uma nova chance para todos.
Matéria feita na aula do dia: 23/10/2012, e corrigida na aula do dia: 20/11/2012.
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