quarta-feira, 21 de novembro de 2012

REFLEXOS DE UMA SEPARAÇÃO

Até que ponto essa ação pode influenciar a vida dos filhos?

Por Rayza Kamke



Foto: Google Imagens



Nos dias de hoje o verbo “separar”,  quando usado em relacionamentos, se tornou tão banal gerando irrelevância sobre a reação na vida das crianças que estão envolvidas e tiveram seus laços familiares cortados. No momento de uma separação conjugal a preocupação geralmente se volta principalmente para o casal que passa pelo conflito do momento. Os filhos, fruto do relacionamento, na maioria das vezes ficam em segundo plano e são as vítimas mais assíduas durante e depois do processo de separação.

Psicólogos afirmam que a idade da criança influencia sobre sua reação e seu modo de lidar com a situação, a convivência com amigos que estejam passando pela mesma situação pode ajudar a criança a aceitar a sua condição de vida naquele momento. Mas mesmo nos casos em que a separação seja a melhor opção, as crianças não sabem distinguir os motivos que levaram a isso, e, muitas vezes,  podem se sentir o motivo principal do acontecimento. Lidar com crianças nessa situação é sempre difícil, e exige paciência e principalmente respeito, deixar que a criança se expresse é extremamente importante. De acordo com a psicopedagoga Márcia Campos Teixeira, não existe uma forma ideal para preparar a criança.

— A separação dos pais é marcada por um período novo e desconhecido pela criança, podendo causar vários transtornos e angústias. A notícia deve ser passada de forma segura e tranquila, na qual os pais devem demonstrar carinho e amor pela criança. Cabe aos pais enfatizar sempre que a atenção dada ao filho não mudará, independentemente da divisão da guarda do mesmo. A maturidade emocional dos pais é extremamente importante nesse momento, disse Márcia.

Quanto a reação dos filhos, é sempre importante levar em conta a faixa etária da criança. Especialistas confirmam que até recém-nascidos sentem o clima de desarmonia entre o casal. Os sintomas mais comuns nas crianças relacionadas a esse delicado momento familiar são: insônia, comportamentos irritadiços, mudanças no apetite, desânimo, redução de interesses por brincadeiras e atividades rotineiras. Já com a idade maior, a criança pode apresentar comportamento agressivo, verbal ou físico. Crianças que ficam apáticas a este tipo de situação têm maior probabilidade a sofrerem as consequências no futuro com insegurança ou até mesmo problemas em relacionamentos amorosos na adolescência ou na fase adulta.

A separação é um período difícil tanto para os pais quanto para as crianças, e, em alguns casos, pode ser marcada por agressões e ofensas. A psicopedagoga Márcia afirma: “A aceitação deve ser vivida tantos pelos pais quanto pela criança, mas principalmente pelas figuras paternas e maternas. A forma com que os pais lidam com a separação influencia no comportamento e aceitação do filho. Através do diálogo os pais podem possibilitar que as crianças expressem os seus sentimentos. É importante observar suas brincadeiras e o seu relacionamento com amigos e irmãos, que correspondem a um fator fundamental de expressão. Caso haja dificuldade de expressão,  é essencial que os pais encaminhem a criança a um profissional especializado, para que encontre espaço para se pronunciar”. Esse momento delicado deve ser encarado com responsabilidade. O respeito, diálogo e o carinho são extremamente importantes, e pode até mesmo ser encarado como uma nova chance para todos.



Matéria feita na aula do dia: 23/10/2012, e corrigida na aula do dia: 20/11/2012.

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